03 novembro 2008

Esperança


A eleições que se realizam amanhã nos EUA constituem um factor de esperança importantissimo. Não há memória recente de que umas eleições presidenciais norte-americanas despertassem tanto interesse, não só internamente, mas no mundo inteiro. Para isso contribui necessariamente não só a crise financeira e económica que o mundo atravessa, e que mais do qualquer outra tem um efeito global, mas também o carácter politico desta eleição. Ao fim de uma década, começa a ser bastante visivel , mesmo para aqueles que nunca quiseram ver, que o consulado republicano de W. Bush fez caminhar os EUA para uma situação muito complexa, que é transversal às finanças, à economia, à politica interna, as relações externas e a todas as áreas da tradicional actuação das autoridades americanas. A somar a estes factores, já de si preocupantes quando se reportam a um país hegemónico como os EUA, junta-se uma profunda crise de autoridade.
A escolha entre os dois candidatos que disputam estas eleições, é portanto de suma importância. Mais do que reforçar as finanças e a economia, o próximo Presidente dos EUA terá de restaurar a credibilidade e a autoridade dos EUA, quer ao nível interno quer externo. Trazer de novo os EUA ao concerto das nações na compreensão de um mundo cada vez mais global é uma missão urgente e necessária.
Estou crente que o Senador democrata Barack Obama vai vencer estas eleições. Eu e muitos milhões pelo mundo inteiro. Assiste-se neste momento a um «suspense» das atenções globais neste resultado eleitoral exactamente proporcional à esperança que o mundo tem de mudança de liderança nos EUA e por essa via à escala global.
A política republicana está esgotada. Mesmo que Mc Cain não seja igual a W. Bush, a verdade é que não traz nada de novo ao discurso político e sobretudo não taz consigo nenhum capital de esperança.
Barack Obama será presidente dos EUA. A sua eleição trará um novo fôlego à politica internacional e o facto de ser o primeiro Presidente negro dos EUA não é de menosprezar. Isso só por si traz uma enorme mais valia para a Democracia americana e para a dignificação dos negros naquele pais.
Seja como fôr, Obama será sempre presidente dos EUA, quer isto dizer, que apesar de todas as esperanças, não se espere que o seu governo não seja o da defesa dos interesses norte-americanos em primeiro lugar. No entanto, qualquer mudança politica neste momento, que aponte para um regularização da actuação dos EUA no mundo, de acordo com o Direito Internacional e numa linha de pacificação dos conflitos regionais, que tem sido a politica defendida pelos Democratas, é só por si motivo de esperança. Aguardemos!
A Era W. Bush terminu por fim. Um dia, quando se fizer a historia deste período, e as contas desta década de guerra, de desrespeito pelos valores da politica à luz do Direito e de descalabro financeiro, talvez se perceba que este foi provavelmente o pior consulado de sempre da Casa Branca.O Mundo é hoje um sitio pior para se viver.
Esperemos que dentro de uma década possamos afirmar o contrário!

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