29 setembro 2006

A palhaçada dos voos da CIA (2)

Os factos:

- 11 de Março de 2004: atentado terrorista em Madrid;

- 7 de Julho de 2005: atentado terrorista em Londres;

- 66% dos europeus consideram o terrorismo como uma ameaça "extremamente importante" (sondagem internacional realizada em 12 países da UE, incluindo Portugal).


A decisão:


Perante tudo isto, o que faz o Parlamento Europeu? Pois bem, cria comissões de inquérito sobre hipotéticos voos da CIA que alegadamente terão passado pela Europa, transportando supostos prisioneiros de guerra sem culpa formada.


Novos factos:

- Membros de uma organização, classificada pela União Europeia como terrorista, entram em Portugal para vir tranquilamente à Festa do Avante;

- No Reino Unido é evitado um ataque terrorista que pretendia fazer explodir uma dezena de aviões comerciais com destino aos Estados Unidos;

- Na Dinamarca foram detidos no passado dia 5 deste mês 9 indivíduos suspeitos de estarem a planear um ataque terrorista naquele país;

- Na Alemanha falhou, em Julho, por motivos técnicos, um atentado terrorista contra 2 comboios;

- Aparecem sucessivos vídeos da Al-Qaeda apelando aos ocidentais para que se convertam ao Islão, caso contrário pagarão um preço muito alto;

- Al-Qaeda recruta, em média, 3 jovens por mês em Espanha, e envia-os para campos de treino onde se preparam para a guerra santa;

- Ameaças ao Papa e ao Vaticano na sequência de umas declarações que irritam o mundo islâmico;

- Al-Qaeda apela a um grupo terrorista argelino para fazer atentados em França (ainda a polémica decisão sobre o uso das burkas naquele país);

- Ópera em Berlim cancelada por receio das reacções dos fanáticos islâmicos.


A indecisão:

No Parlamento Europeu discute-se a possibilidade de chamar, ou não, o Presidente da Comissão Europeia para depor na comissão dos voos da CIA.

28 setembro 2006

Pausa na discussão...




Tenta fotografar o Super-Homem...

A derradeira inveja!



Depois da comentada sondagem do Arqt. Saraiva, da inédita visita do Sr. Presidente da República a Espanha como primeira visita oficial, eis que assistimos na televisão pública a um espectáculo desconsolador com o ex-Presidente do Governo espanhol, José Maria Aznar.
O programa Prós-e-Contras, transmitido no passado dia 25, em que o entrevistado especial da noite era José Maria Aznar, foi profundamente lamentável. Lamentável, não pela escolha do entrevistado, que é um político de reconhecido talento, mas pelos temas das perguntas e pelas afirmações que se fizeram durante a noite, nomeadamente pela jonalista Fátima Campos Ferreira. Assistimos mais uma vez, mas agora a nível televisivo e em directo, com uma assistência de notáveis portugueses das mais diversas áreas na plateia, e na presença de um importante politico espanhol, a um exercício de comiseração nacional.
Aquilo a que nos habituámos a escutar a uma significativa parte da população portuguesa em qualquer mesa de café, sobre o seu ressentimento e inveja em relação aos bens, ao nível de vida, aos caramelos, à gasolina, aos automóveis, ao sucesso económico e às conquistas politicas do país vizinho, passou, definitivamente, para o espaço da discussão pública e constitui-se portanto como um facto assumido e não negligenciável.
Perguntas como: Porque é que as empresas espanholas têm sucesso e as nossas não? Porque é que as empresas espanholas têm sucesso em Portugal e as nossas não saem de cá? Porque é que o Instituto Cervantes tem uma politica cultural agressiva e o Instituto Camões ninguém sabe o que é? Podemos chegar ao Brasil e a África através de Espanha? Qual o segredo do sucesso? Por último ( em derradeiro desejo de compreensão e conforto): Sr. Aznar o que le gusta mais em Portugal? - Todo, me gusta todo!
Pois é, a eles, como a tantos outros," les gusta todo". Mas a nós não!
Assistimos a uma profunda crise de identidade e desorientação. Como disse, e muito bem, Hernâni Lopes, este é um debate conosco próprios!
Qual é a razão profunda desta crise? Será apenas uma questão económica? Política? Social? Não! É sobretudo uma questão mental.
O continuado olhar para o que é exterior a nós, desperta muitas vezes um sentimento de cobiça e de inveja. É aí, mais do que em qualquer outro lugar, que a questão reside.
O desenvolvimento económico em Portugal, não foi acompanhado de um verdadeiro desenvolvimento ao nivel das mentalidades, e isso, reflecte-se quer nos comportamentos sociais, quer na participação política, quer na iniciativa individual.
Colocar o centro das nossas preocupações no que os outros fazem ou deixam de fazer, num continuado exercício de comparação é a pior receita para o progresso. Mas colocá-lo em nós é muito mais complexo. Lá estarão à espera os receios, a dúvida, a incerteza, a decisão, a consciencialização. Assistimos agora à febre espanhola, como assistimos já a tantas outras febres. Os espanhóis, naturalmente, agradecem reconhecidos tanta simpatia e reconhecimento, aproveitando para irem expandindo a sua economia e influência cultural e política, afinal "a ellos les gusta todo", a nós e que só "nos gustan ellos"! A diferença entre nós e eles é exactamente essa, quando se lhes aponta a lua eles vêm-na, nós olhamos para o dedo.
O programa de televisão, mais do que um exercício de comiseração, foi o retrato de um estado de ignorância em que grande parte dos portugueses vivem, quer em relação ao seu país, quer em relação ao país vizinho.
Só a ignorância justifica tanta inveja!

27 setembro 2006

Se alguém ainda tinha dúvidas....



Guerra no Iraque agravou a ameaça terrorista global in DN


Ó Paulo, desculpe lá....


O imparável Paulo Coelho dá hoje à estampa mais um livro. Não nos bastava o fundamentalismo religioso, o buraco na camada de ozono, o déficit, o Apito Dourado, o terrorismo e outros males quejandos; ainda nos faltava esta!

É caso para dizer, parafraseando João Pereira Coutinho, que não li e não gostei do último livro de Paulo Coelho...

O Sol de Espanha II

Diz que a próxima sondagem do jornal do arqt. Saraiva consiste na seguinte pergunta:

Quantos espanhóis gostariam de continuar a ser espanhóis?

Aguardamos ansiosos os resultados!

Ópera em Berlim cancelada...

A representação de uma ópera de Mozart foi cancelada em Berlim. Porquê? Temiam as reacções islâmicas ao espectáculo dado que existe uma cena em que aparacem as cabeças cortadas de Buda, Jesus e Maomé.
Lamentável, sem dúvida, mas revelador do estado das coisas!
Aguarda-se a qualquer momento a criação, na Europa, do Centro de Censura Islâmica... Pela Paz, claro!

26 setembro 2006

Obrigado Prof. Carmona 2

Mas há mais….
A zona em questão não tem um único parque de estacionamento alternativo e os mais próximos estão no Martim Moniz, na Praça da Figueira e nas portas do Sol.
Agora vejamos os preços destes parques – Praça da Figueira – Pagamento à hora = 1ª – 1,20€, 2ª – 1,30€, 3ª – 2,40€, 4ª – 2,50€; Máximo diurno 17€; Martim Moniz – Pagamento à hora = 1ª – 1,20€, 2ª – 1,20€, 3ª – 1,30€, 4ª – 1,40€; Máximo diurno 16€; Largo das Portas do Sol – Pagamento à hora = 1ª – 1,5€, 2ª – 1,80€, 3ª – 2,00€, 4ª – 2,50€; Máximo diurno 27,50€.
Desculpem a maçada com estes números, mas talvez assim já podemos começar a fazer as contas ao dia ou ao mês do custo deste estacionamento. Além disso esteve prevista a reconversão para silo automóvel do antigo mercado do chão do loureiro, mas na bruma dos mistérios autárquicos, o concurso público foi anulado e hoje, apenas tem uma garagem que só serve convenientemente as viaturas do CDS/PP. Enfim….

Não se pense que eu sou daqueles que adoram a sua máquina e não podem viver sem ela, defendo a redução dos carros nas cidades e quase todas as medidas ecológicas para podermos viver melhor. Mas também sei a rede de transportes é deficitária, que existem pessoas que precisam de se deslocar de carro em virtude dos seus tipos de emprego, etc. Também partilho da ideia, que existe algo chamado liberdade de escolha, direito à mobilidade e que muitas vezes a solução não passa por virar as pessoas umas contra as outras, mas sim criar soluções sensatas e equilibradas que possam servir a maioria.

Por isso, Sr. Prof. deixe-me que lhe diga que acreditaria nas suas boas intenções, se ao menos a própria CML desse o exemplo. Ou seja, gostaria de ver o Sr. Prof. e os seus pares a abdicarem das suas viaturas conduzidas por motoristas, bem como assistir ao desaparecimento dos parques próprios das viaturas da CML por toda a cidade. Talvez assim, todos seríamos cidadãos em perfeita igualdade de oportunidades, além é claro do contributo mútuo para a protecção ambiental. Mas a ver pelas últimas notícias do burgo, “CML propõe-se gastar 5 M€ no aluguer de 379 carros” in Diário Digital, acho que mais depressa alguém nos “Pina” o blog do que contribui para uma cidade mais limpa e ecológica.

Obrigado Prof. Carmona 1


Com pompa e sem circunstância, o nosso Engº/Prof. Mayor de Lisboa, determinou o encerramento ao trânsito da zona do Castelo. Depois de se ter espatifado na sua bicla de downhill, aquando da vinda desta prova internacional de ciclismo radical, o Prof. pediu ao seu braço armado, a EMEL, que instalasse nessa zona o célebre sistema de acesso por pino, que sobe e desce só para quem tem identificador. Assim os moradores da zona passaram a ter o exclusivo de acesso ao local e um lugar de estacionamento por habitação, enquanto que os “estrangeiros” só podem entrar para cargas e descargas ou 30 minutos de estacionamento. É um facto que os moradores daquela zona merecem todo o respeito e o direito a poderem estacionar a sua viatura com comodidade, mas o nosso sábio Prof., concerteza pelo voluntarismo de quem quer mostrar qualquer coisa além de buracos financeiros, esqueceu-se de alguns detalhes…

A ver,

Existem centenas de pessoas que trabalham nesta zona, gente que muitas vezes não escolheu este local para trabalhar porque essa foi uma decisão dos seus patrões.
Há também comerciantes que escolheram esta nobre zona para estabelecerem os seus negócios vai para muitos anos e serviços de várias espécies a que muitos recorrem, entre outros.
Julgo que o Prof. Poderia ter pensado um pouco mais nestas pessoas todas, nas suas vidas e nas suas dificuldades para conseguirem chegar todos os dias aos seus empregos.
Esta é mais uma medida cega, que ignora o bom senso e que revela a maior das insensibilidades pelos munícipes e não munícipes.
Teria sido mais justo e equilibrado condicionar a zona a estacionamento organizado e misto, porque os moradores saem de manhã e voltam ao final da tarde e quem lá trabalha vem de manhã e sai ao final da tarde. Ninguém incomodava os moradores, os comerciantes podiam continuar a ter os seus clientes, e a zona, amplamente conhecida pela sua insegurança, voltava a ter vida e gente.

25 setembro 2006

O Sol de Espanha...


O mais recente semanário português, brinda-nos, logo na sua segunda edição, com uma interessante sondagem. Afirma o jornal do arq. José António Saraiva que mais de 20% dos portugueses gostariam de ser espanhóis. Outra sondagem, simultânea, afirma que muitos portugueses têm nostalgia do Império Colonial. Os resultados não deixaram de me surpreender. Mas mais do que os resultados, foi mesmo o tema da sondagem. Porque razão se faz uma sondagem a perguntar quantos portugueses querem ser espanhóis? Será que na próxima semana nos vão perguntar quantos de nós gostariamos de ser nigerianos? chineses? peruanos? É capaz de ser um exercicio interessante, mas não vejo a utilidade. Antigamente, no jornal Expresso, apareciam, de quando em vez, estudos semelhantes.
Será o Arq. Saraiva um iberista?
Se existem 20% de portugueses que querem ser espanhóis, então porque é que não são? Emigrem para o país vizinho! Afinal, isto é mais governável com 8 milhões!
Curioso ainda, é o facto de a maioria dos que afirmam a sua convicção na nacionalidade castelhana, afirmarem de seguida que o regime político em que gostariam de viver seria uma República!!
Ora nem mais; não só emigram como começam logo por dar cabo das instituições de nuestros hermanos, atacando a pessoa de Sua Majestade Católica!! além de invejosos ( porque afinal só a inveja muito lusa justifica tal sondagem) são bombistas!
Portugueses desses quem os quer? Levem-nos a todos! Isto ficava mais sossegado e os castelhanos que os aturassem. Já agora se quiserem também lhes oferecemos o semanário...
Olé!

24 setembro 2006

Ratzinger dixit

«O Islão é multiforme, não se pode reduzir à ala terrorista ou à ala moderada. Há interpretações sunitas, xiitas, etc. Culturalmente, existe uma grande diferença entre Indonésia, África ou a Península Arábica, e talvez esteja a formar-se também um Islão com características européias, que aceita elementos de nossa cultura. Em todo caso, para nós, é um desafio positivo a firme fé em Deus dos muçulmanos, a consciência de que estamos todos sob o juízo de Deus, a par de um certo património moral e a observação de algumas normas que demonstram que a fé, para viver, necessita de expressões comuns, algo que perdemos em certa medida».

- Em entrevista ao jornal "La Repubblica", em 2004

(Já agora, também uma sobre os judeus, just in case...)

«Que os judeus são ligados à Deus de uma maneira especial e que Deus não quer que essa ligação falhe é inteiramente óbvio».

Como é que alguém com este historial de intolerância religiosa vai perder uma oportunidade que seja de atacar os crentes de outras religiões?

Qual liberdade de expressão?

Acho que a liberdade de expressão não é para aqui chamada, tal como não era para aquele caso infeliz dos cartoons dinamarqueses. Se, por exemplo, durante uma discussão, eu quiser exprimir-me livremente e chamar nomes feios à mãe do meu interlocutor, nem por isso estou a ser menos ofensivo ou tenho mais justificação para o fazer. Portanto, não se trata de questionar a existência da liberdade de expressão e sim o uso que fazemos dela.
Pergunto: o chefe da Igreja Católica usou a sua liberdade de expressão para ofender o Islão e os muçulmanos? Não me parece.

Durão critica europeus por não apoiarem Bento XVI


Durão Barroso saiu em defesa do papa Bento XVI, numa entrevista ao jornal alemão Die Welt.

O presidente da Comissão Europeia criticou os políticos ocidentais por não terem defendido a liberdade de opinião e o papa Bento XVI.

Segundo Durão Barroso, esta reserva dos dirigentes europeus está relacionada com o receio de um eventual confronto e com uma opção por uma postura politicamente correcta.

«Só somos tolerantes quando valorizamos a opinião dos outros, em detrimento da nossa», afirmou.

«O problema não são as declarações do papa, mas as reacções dos extremistas», disse Durão Barroso ao jornal alemão.
in Diário Digital.

22 setembro 2006

A denúncia

Aqui há uns tempos marquei um encontro secreto com o anónimo que colocou o 9º comentário ao post "Basta!". Compareci na pastelaria Mexicana, à hora marcada, de sobretudo, com as golas levantadas, óculos escuros e jornal debaixo do braço. Lembra-se, amigo? Avistei-o, trocámos o sinal combinado, e entre olhadelas furtivas para os lados, sentei-me à mesa e atirei de chofre: «Tenho um plano! Vou juntar-me a outros bloquistas-privilegiados-com-estudos-que-viraram-comunas-só-para-chatear-os-paizinhos-porque-é-fixe e formar um BLOG DE EXTREMA ESQUERDA».
Você tremeu, amigo! e murmurou estas palavras, em voz sumida: «Prudência, prudência...».
E eu, com os olhos esbugalhados, raiados de sangue, continuei: «Está tudo pensado, há-de chamar-se Gazeta Lusitana. Vamos actuar sob o disfarce de uns reaccionários que escrevem a malhar no PCP e nas FARC, na Coreia do Norte, no Louçã, que denunciam os crimes do bloco soviético e escrevem a defender o Papa e a chamar palhaçada aos vôos da CIA. Na realidade, é tudo uma conspiração para minar os alicerces desta sociedade burguesa e instaurar uma ditadura do proletariado».
Dito isto, levantei-me e regressei à clandestinidade.
Você tinha-me jurado segredo, amigo anónimo, e agora vem revelar tudo no seu comentário. Isso é coisa que se faça? Estava tudo a correr tão bem, os comentários da Marcela Castro estavam quase a provocar uma revolução, ia começar uma gigantesca onda de greves selvagens e manifestações! Você merecia... ser julgado no TPI!
Ah, mas não fica a rir-se. Já tenho a minha vingança. Estava a blogoesfera em peso esmagada pela sua perspicácia, pelo seu olho de lince. Já se comentava: «Apre, que o tipo é uma raposa! Como é que ele descobriu, contra toda a evidência, que aquilo da Gazeta Lusitana era obra de comunas? Livra, temos ali um novo Nuno Rogeiro! Qual quê, um Marcelo Rebelo de Sousa!»
Como vê, a sua fama durou pouco. Aí tem o seu castigo. E nunca mais lhe conto um segredo. Juro-o pelos bigodes do camarada Stálin!

A propósito de comentários neste Blog...

Face a alguns comentários tecidos a propósito do Post “basta”, da minha autoria, importa salientar o seguinte:

Este é um blog livre e aberto à discussão. Todos os comentários aos Post são, também, livres e nem sequer carecem de autorização prévia dos autores do blog para serem publicados. Outros blogs há em que não são permitidos comentários ou estes têm de ir a aprovação prévia. Mas a nossa intenção é precisamente suscitar e possibilitar o debate nos comentários. “Tudo deve ser discutido” é o nosso mote.

A liberdade que possibilitamos aos leitores que entendam por bem fazer comentários, é total, desde que haja respeito. O preço que pagamos por essa liberdade, é o preço que pagam também as sociedades democráticas e livres, bem ilustrado numa frase que ficou célebre: “em Democracia a asneira é livre”.

Neste blog não se aplica a lógica do “quem cala consente”, aliás tal é impossível dada a diversidade de sensibilidades dos seus autores. Este é um blog plural e os seus autores não têm que comentar tudo. Aliás outros posts há que, na prática, constituem respostas a alguns comentários.

Quanto às ilações sobre as tendências políticas do blog, elas estão totalmente erradas. Este blog é plural, com sensibilidades à esquerda e à direita, não havendo ninguém de extrema esquerda (o que me parece aliás muito saudável!).
No que me diz respeito, posso inclusive esclarecer que sou militante do PSD em Lisboa.

TPI...Portugal...e as Perpétuas...


O tema é antigo. Muitos seguramente já nem dele se lembrarão; mas a adesão de Portugal ao Tribunal Penal Internacional abriu caminho a que na ordem juridica portuguesa regressasse a figura da "prisão perpétua". Os negociadores portugueses, assim como as maiorias parlamentares do PS e do PSD, Presidente da República incluido, ficaram muito orgulhosos desta adesão de Portugal ao TPI, olvidando completamente o velho orgulho luso de terem sido pioneiros na abolição da pena de morte e da prisão perpétua. Uma matéria que pertencia ao dominio dos valores, passou, em menos de nada, a uma mera questão juridica...Mas Portugal não queria ficar para trás, não podia ficar para trás, e então, esqueçam-se os velhos principios humanistas, outrora apanágio de legisladores e juristas.
Não sou jurista, e não pretendo discutir o assunto como tal. Mas acho estranho, porque sempre pensei que o objectivo das penas de prisão era o da reabilitação dos criminosos. Afinal, um dos principios que nós, ocidentais, e em particular os europeus, tanto defendemos é o da nossa superioridade moral ao defendermos a limitação da violência socialmente consentida ao Estado - e uma pena de prisão é uma violência - dentro da nossa ideia da "dignidade humana". A mesma que esteve na origem da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Foi assim que, durante séculos, nos foi possivel acabar com a tortura, os maus tratos, e nalguns países, como Portugal, com a prisão prepétua e a pena de morte.
Quem não é contra os crimes contra a Humanidade?? Todos somos! Mas isso não nos obriga a andar para trás em matéria civilizacional. Curioso recordar que quem assinou a adesão de Portugal ao TPI foi um governo de esquerda, sempre tão cioso dos seus valores humanistas! Mas assim está bem. Está bem entregue o destino desta e de outras nações, porque a vaidade, sempre domina os grandes principios ideológicos, daqueles que estão bem longe - e lá se mantêm- dos valores civilizacionais.

Folclore europeu sem carros

Para os mais distraídos, hoje comemora-se mais um dia europeu sem carros.

Faremos o balanço e algumas considerações sobre este evento folclórico nos próximos dias...

20 setembro 2006

Sócrates e as preocupações africanas...


José Sócrates discursa amanhã ( 21.09.06) na Assembleia Geral da Nações Unidas. Antes disso, o primeiro-ministro português compartilhará com Luis Amado e António Guterres um jantar, visitará os funcionários lusos da ONU e o pessoal diplomático acreditado em N.Y.
Depois do encontro agendado com Kofi Anan, logo pela manhã, Sócrates discursará e elogiará o trabalho do Secretário Geral na ONU, que termina o seu mandato a 31 de Dezembro, falando perante a Assembleia. Segundo fonte governamental, o discurso de Sócrates pretende defender o diálogo entre culturas e civilizações ( whatever that means!) sublinhar a importância da CPLP (???) e apelar a um aumento da ajuda pública ao desenvolvimento do continente africano.
Interessante o programa... Resta-nos a pergunta: apelar ao aumento da ajuda pública para o desenvolvimento? Importância da CPLP? Das duas, uma, ou o Primeiro-Ministro está mal assessorado ou não faz ideia nenhuma do que fala.
Curioso ver o primeiro-ministro português a falar destas matérias! Terá porventura conhecimento o Sr. Primeiro-Ministro do trabalho que tem sido realizado pela sua Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação? Pelo IPAD? Da total alienação da politica portuguesa face à CPLP?
Talvez fosse importante, antes de mais, avaliar o trabalho destes organismos, mudar de Secretário de Estado, reformar o IPAD e pensar realmente o que pretende o governo português da CPLP. Depois da estratégia delineada e do exemplo dado, venham então os discursos, não vão alguns parceiros da cooperação portuguesa, com representação na ONU, pensar que o PM português está baralhado, nomeadamente o Brasil, Espanha, Itália ou mesmo os EUA, que em matéria de cooperação com os Palop's já nos ultrapassaram faz muito tempo.

Declaração inicial

Perante tamanha grandiosidade e sapiência intelectual dos escribas a que me juntei, não é fácil cumprir esta minha tarefa de pensar e escrever mais alto, analisar o quotidiano ou mesmo perspectivar soluções para o futuro.
No entanto, gostaria de fazer nestas breves linhas a minha declaração de intenções editoriais. Entendo que este desafio é um enorme estímulo e as bases que me fizeram aceitar o convite para colaborar neste forum e com esta equipa de comentadores residentes, residem na convicção em que o livre pensamento e o debate democrático constituem não só a essência da nossa sociedade, mas todavia os pilares de uma civilização crítica, tolerante e activa.
Nada deve obstar a liberdade de expressão, a diversidade de opiniões, a postura criativa.
A cegueira do intelecto, a cultura da ignorância, a escravidão mental, a difusão do obscurantismo, a moda dos lugares comuns e das fáceis banalidades, são por isso adversários permanentes.
Tudo deve ser discutido, mas toda a discussão deve ter consequências.
Vamos a isso!

A propósito de "Volver"


O novo filme do realizador manchego Pedro Almodôvar, não sendo o seu melhor filme, faz-me reflectir em algumas questões. Num crescendo que se confirma a cada nova metragem, a fotografia de "Volver" é excepcional. A arte dos ângulos, das cores, das perspectivas, da paisagem, é de uma riqueza notável. O tema é o retrato de uma mentalidade espanhola, por demais trabalhada por Almodôvar, e que neste novo filme ganha contornos de uma trama complexa, envolvendo a vida de uma familia de quatro mulheres.
A pergunta que me suscita o filme, e que justifica este texto é a seguinte: Será que se um realizador português trabalhasse a realidade nacional e provinciana do Portugal profundo e do bas-fonds do urbano, mas também do rural, de uma forma semelhante a Almodôvar, será que esse mesmo realizador teria algum êxito entre o nosso público? Certo que Almodôvar tem tanto de genialidade como de polémica entre o público espanhol, e nem todos os seus compatriotas são seus admiradores, mas o seu lugar na sétima arte está garantido para a história do cinema espanhol.
E Portugal? Imaginemos um cineasta que retratasse a vida beata, mesquinha até, pobre e saloia de uma aldeia portuguesa ou dos arredores de uma grade cidade; as suas personagens, as paixões, os segredos, as superstições, os vicios... Será que o filme teria êxito? Responderão alguns, se ele tivesse a genialidade de Almodôvar...Talvez!
Lembro-me de assistir no cinema, há um par de anos, ao filme de João Canijo " Ganhar a vida". Gostei imenso daquele retrato frio e objectivo da vida dos emigrantes portugueses em França. Duro sem dúvida, mas de um realismo surpreendente!
Ouvi depois comentários de muita gente indignada. O filme dava uma péssima imagem dos portugueses e sobretudo dos emigrantes!!
Penso que uma das razões do enorme êxito que o cinema espanhol conheceu nos últimos anos, e que é hoje uma referência, se deve ao facto de o público espanhol ter aprendido a viver com a sua própria imagem, de a absorver, de a ironizar, de brincar com ela, de a viver. Os portugueses, ao contrário, estão demasiado apegados a uma imagem, não à sua, mas àquela que gostavam de ser. No mundo actual, que é o das imagens, o deslumbramento e o desejo de pertencer a uma imagem perfeita, sem mácula, sem dor, sem vergonha, vale tudo. O importante é estar dentro, é não ser excluído, mesmo que o preço seja a própria realidade.

"Dou-vos um mandamento novo:"

"Não citarás"

in Blasfémias

19 setembro 2006

Novo comentador residente...

A Gazeta Lusitana continua a crescer!

A partir de hoje temos mais um colaborador residente.

Aqui ficam as boas vindas ao PSG...

Mendes & Louçã

O editorial de Filipe Rodrigues da Silva, in Diário Digital.

Pausa na discussão



As 4 fases liquidas da vida..

17 setembro 2006

Os homens do Presidente


Abro um parêntesis na discussão sobre as declarações do Papa para comentar o que veio a lume n'O Público. O jornal informa que os «artistas e intelectuais de esquerda» estão a desertar o presidente Lula, recandidato à presidência, e cita, no subtítulo, os exemplos de... Francisco Louçã e Noam Chomsky! Exactamente, por esta ordem. O mais grave, contudo, não é a óbvia falta de critério do autor da peça, que refere, a par de um gigante intelectual como Chomsky, lido e respeitado no mundo inteiro pela sua obra nas áreas da linguística e da psicologia comportamental e pelas suas intervenções políticas, um dirigente de um partido de extrema-esquerda virtualmente desconhecido fora das nossas fronteiras.
Mas, realmente grave é a aflição do pobre presidente Lula. É que, sem Chomsky, o homem ainda se aguentava; agora sem Louçã??!! É uma perda irreparável! Como fará Lula para descobrir aquelas saborosas metáforas que só Louçã sabe aplicar aos inimigos dos trabalhadores? (Lembram-se daquela do Corleone?). Pois é, os tempos que se avizinham, sobretudo com as eleições à porta, não vão ser fáceis para Lula...

Basta!

Um recente discurso do Papa Bento XVI foi o pretexto (mais um!) para a ira e violência numa parte do mundo islâmico. Tal como tinham sido os cartoons, tal como venha a ser qualquer outra coisa que lhes soe à mais leve crítica.
Muitos dos indignados e ofendidos, são os mesmos que, dia sim dia não, vêm para a rua insultar e queimar bandeiras, fotografias, cartazes, enfim tudo o que esteja à mão e simbolize o Ocidente.
Muitos dos indignados e ofendidos, são os mesmos que defendem o extermínio do Estado de Israel e do seu povo e a morte em nome da guerra santa.
Muitos dos indignados e ofendidos, são os mesmos que se regozijaram com os ataques do 11 de Setembro, não se coibindo de os festejar na rua, agradecendo e dando vivas pelos danos causados ao "infiel".
Eles ofendem-se e exigem desculpas por desenhos e palavras, nós estamos resignados a levar com os atentados, com as manifestações de rua, com o queimar de símbolos, com as permanentes ameaças de atentados e, de preferência, caladinhos para não ferir susceptibilidades!
Era o que mais faltava! A liberdade de expressão é um dos bens mais preciosos do mundo Ocidental, e dela nunca poderemos nem deveremos abdicar, pois no dia em que o fizermos, os terroristas terão ganho.
No dia em que o fizermos, a linguagem do terror e da morte terá prevalecido sobre a Democracia e a Liberdade.
No dia em que o fizermos, todas as mortes resultantes da segunda guerra mundial e de outras tantas guerras terão sido em vão.
No dia em que o fizermos, o derrube de todos regimes totalitários, do nazi ao comunista, não terão servido para nada.
No dia em que o fizermos, os vários atentados terroristas terão valido a pena.
No dia em que o fizermos, os nossos filhos, algures no futuro, dirão: perdoemos-lhes pois eles não sabiam o que estavam a fazer...

E a luta continua...

Grupo armado ameaça atacar Roma, o Papa e o Vaticano

O grupo armado iraquiano Jaich al-mujaidine ameaçou hoje atacar Roma e o Vaticano,devido às declarações do Papa Bento XVI sobre o Islão e a guerra santa.

«Prometemos destruir a sua Cruz no coração de Roma e que o Vaticano seja atingido e chorado pelo seu Papa», afirma o departamento jurídico do grupo num comunicado divulgado na Internet.

in Diário Digital

16 setembro 2006

Descubra as diferenças


Encontrei esta discussão sobre a interdição do Islão no Observatório da Jihad. Para que não fiquem dúvidas, afirmo desde já que NÃO SUBSCREVO as opiniões do autor do post; muito pelo contrário, tenho o maior respeito pelo Islão e sou um firme adepto da tolerância religiosa. Mas, acredito na frase que dá o mote à Gazeta Lusitana: tudo deve ser discutido. E pareceu-me apropriado fazer a comparação com a intervenção do Papa sobre o tema. Parece que há uma diferençazita, não é?

Je suis desolé


Só fica bem ao Papa esta atitude: dizer que a intenção do discurso não era ofender (honestamente, pelo que se depreende da leitura do discurso não parece que fosse). Pena que não tenha feito o mesmo uma certa rapaziada dinamarquesa que desenhou uns cartoons e se recusou, depois, a descer do pedestal do seu orgulho, escudando-se na liberdade de imprensa. Por vezes, um "desculpem lá, não queria ofender" pode fazer toda a diferença.
Curiosamente, tratou-se da primeira declaração oficial do Cardeal Bertone nas suas novas funções. Não está mal, para quem queria proibir o Código Da Vinci...

15 setembro 2006

A camarada Anabela e os terroristas


Leiam este artigo escrito pela camarada Anabela Fino no "Avante!"
Esta infeliz tem um lugar garantido no Reino dos Céus, que lho prometeu Jesus Cristo, em uma das Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha. E nós aqui a penar...

«Defender a fé com a violência é irracional» III

O prometido é devido. Eis o texto (em inglês) da oração de sapiência proferida por Bento XVI na Universidade de Ratisbona (Regensburg).

Os fantasmas do Cardeal...


Bento XVI deu posse ao novo Secretário de Estado, o cardeal italiano Tarcisio Bertone, de 71 anos.
Amante de futebol e colaborador de Joseph Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé, o novo chefe do governo vaticano está muito preocupado com o que por aí se publica de livros hereges. Apelando aos católicos para boicotarem o livro de Dan Brown (Código Da Vinci) e o filme que lhe deu origem, diz-se um homem dialogante e pela cordialidade, contudo, de grande rigor dogmático.

Sobre o ecumenismo é que nada! Nem sobre a fome, ou a injustiça, ou o acesso à educação e à saúde no terceiro mundo! As preocupações do Cardeal estão com as editoras de livros e com aquilo que se lê por esse mundo fora, não com aquilo que não se lê.
Entretanto, o dossier do diálogo com o Islão foi confiado ao Cardeal francês Paul Poupard, presidente do Conselho Pontificio para a Cultura. Esperemos que esta matéria não se torne apenas numa questão estética, e seja motivo de empenho e preocupação por parte de Bertone, que bem podia passar a pasta dos livros a Poupard.

Roma Eterna!

Reabilitação IV


A Igreja da Encarnação em Lisboa ( Chiado) sofreu recentemente grandes obras de reabilitação e conservação. Depois do bom trabalho realizado pelo atelier da Junqueira, que nos permitiu voltar a contemplar as bonitas pinturas da nave central e do altar-mor, assim como das capelas laterais daquele templo cristão, terminaram finalmente as obras da fachada e, Lisboa, sorriu de novo a esta cara lavada no coração da cidade.
Tudo parecia correr pelo melhor, eis senão quando, resolveram colocar no chão deste templo, dirigido pelo Padre João Seabra, um impecável soalho flutuante...Novissimo e limpo!
O pároco, que tem tanto de cagão como de trapalhão, gosta de tudo arranjadinho! Tudo, graças aos bons oficios das almas dos fiéis que pagaram a obra, os quais têm o ilustre nome inscrito numa bonita placa de acrilico, eles, e os outros, os anónimos paroquianos, que só envergonham os primeiros. Eles, tal como nós, restantes lisboetas, tenhamos cuidado com os pezinhos ao entrar nesta morada do divino, e descalcemo-nos, tal como na mesquita, não venhamos a riscar este chão de comunhão e libertação da Sra. da Encarnação!

Reabilitação III


Parabéns ao Ministério dos Negócios Estrangeiros pela reabilitação ( com 10 anos de atraso) do Convento do Sacramento!
Ficou bonito!
Esperamos agora que para além das fachadas, os interiores sejam igualmente reabilitados, por forma a cumprir o objectivo da obra: albergar o Instituto Diplomático e o Arquivo Histórico Diplomático. Este último, nomeadamente, necessita de novas instalações urgentes, seguras, bem equipadas, acessiveis e limpas, de forma a possibilitar a conservação, inventariação e acessibilidade ao mais importante arquivo nacional em matéria de política externa e relações internacionais.

Parabéns também à Dra. Isabel Fevereiro, que com uma paciência digna de Penélope, aguarda há anos a transferencia e a atenção dos dirigentes para este espólio documental, e que, com meios limitadissimos, tão bem tem dirigido este Arquivo. Bem haja!

Reabilitação II

Existe em Portugal uma grande confusão entre os conceitos de Reabilitação e Conservação e o conceito de manutenção de fachadas.
Manter um fachada e deitar o edificio ao chão não é reabilitação urbana!

Desejo os melhores êxitos à nova equipar que dirige a Direcção de Reabilitação e Conservção Urbana da CML.

Quantos são? Quantos são? Venham eles!...


Coreia do Sul! EUA! Seus marotos, parem de importunar a Coreia do Norte, essa verdadeira democracia! Ainda provocam uma «resposta implacável»... ou um discurso do Bernardino Soares em defesa da causa, o que é muito pior.

«Defender a fé com a violência é irracional» II


Parecem-me exageradas estas reacções. O discurso do Papa em Ratisbona condena o fundamentalismo religioso e as motivações religiosas da violência; não é o mesmo que insultar o Islão e o Profeta Maomé e ferir os sentimentos de todo o mundo muçulmano (o que seria de rejeitar). Este discurso cabe ao crente moderado de qualquer religião, sem que implique desrespeito pelas demais.

Reabilitação Urbana


A Câmara Municipal de Lisboa renovou a equipa da Direcção de Conservação e Reabilitação Urbana. É pena! O trabalho que a anterior direcção vinha a realizar nos últimos anos era notável, provavelmente o melhor trabalho que se fez nesta área na cidade de Lisboa.
A pergunta que agora equaciono é esta: Porque se mudou a equipa se o trabalho realizado era bom, como provam, aliás, os recentes prémios internacionais atribuidos recentemente ao municipio?
Não gosto de levantar falsos indicios, mas suspeito que o facto de a anterior equipa ter sido constituida no tempo do Dr. Santana Lopes tenha pesado na decisão.
Quando é que em Portugal se avaliam as pessoas e as competencias pelo seu trabalho e desempenho, em vez de as avaliar pela cor politica ou simpatias partidárias?
Serão assim tantos os bons quadros portuguesese, nesta e em outras áreas, que o país, e o municipio em particular, se possam dar a luxo de os dispensar?
É lamentável! Mais lamentável ainda quando por toda a cidade assistimos, mau grado a publicidade camarária, aos criminosos atentados urbanisticos. Só nas últimas semanas, mais dois edificios foram demolidos ( Duque de Loulé e Rua Tomás Ribeiro) e dezenas de outros, de inegável valor patrimonial e estético esperam a sua vez de serem demolidos ou que o valor do terreno ganhe créditos através da impressionante especulação imobiliária que atinge a cidade das sete colinas.

OE 2006: a saga continua...

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS - DIRECÇÃO-GERAL DO ORÇAMENTO

Circular Série A N.º 1329

A TODOS OS DEPARTAMENTOS DA ADMINISTRAÇÂO CENTRAL SE COMUNICA:

ASSUNTO: Cativação adicional em “Estudos, pareceres, projectos e consultadoria”.
INSTRUÇÕES:
De harmonia com o despacho de Sua Excelência o Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, desta data, transmite-se o seguinte:
O cumprimento dos objectivos fixados para o corrente ano, em sede de Orçamento do Estado, impõe restrições adicionais na execução da despesa pública, a todos os serviços e organismos da Administração Central.
Nestes termos, determina-se que, na utilização das dotações orçamentais relacionadas com “estudos, pareceres, projectos e consultadoria”, seja tido em conta o seguinte:
1. Ficam cativos 40% nos serviços integrados, e 10% nos serviços e fundos autónomos, do saldo de compromissos assumidos, da rubrica de classificação económica “02.02.14 – Estudos, pareceres, projectos e consultadoria”, que à data se encontra no sistema contabilístico.
2. O disposto no número anterior aplica-se no que respeita ao orçamento de funcionamento.
3. A descativação de verbas só pode realizar-se mediante despacho de autorização do Ministro de Estado e das Finanças, com fundamento em razões excepcionais e desde que devidamente comprovada a necessidade de realização de despesa.
4. Para apuramento do saldo de compromissos (dotação corrigida abatida de cativos - compromissos) referido em 1., deve tomar-se por referência a data da presente circular.
5. As Delegações da Direcção-Geral do Orçamento deverão proceder à análise dos Pedidos de Libertação de Créditos (PLC) apresentados no mês de Outubro, não autorizando aqueles que não contemplem as orientações indicadas.
Direcção-Geral do Orçamento, em 14 de Setembro de 2006,
O DIRECTOR-GERAL DO ORÇAMENTO,
(Luís Morais Sarmento)
Tal como disse aqui, depois dos cortes no PIDDAC, chegam os cortes nos orçamentos de funcionamento. Este ano com a novidade de virem por rúbrica!
A pergunta mantém-se: alguém se lembra do que dizia o PS sobre truques e expedientes no Orçamento do Estado?

Uma dúvida...

Director do IDN deixa cargo para assessorar Durão Barroso

À semelhança de outras partidas Lisboa/Bruxelas, será que o Presidente da República vai dissolver o IDN?

14 setembro 2006

Ganda Nóia

Um ano e meio após ter tomado posse, o Governo continua a recolher opinião favorável da maioria dos portugueses e, se as eleições fossem hoje, o PS sairia vencedor com 36,6 por cento dos votos, uma diferença de 7 pontos percentuais em relação ao PSD, que obteria 29,6 por cento, segundo uma sondagem CM/Aximage, realizada nos dias 6 e 7, ainda antes do pacto da Justiça.

«Defender a fé com a violência é irracional»

Não resisti a recomendar estas palavrinhas de Bento XVI. Para um homem rotulado como intolerante não está mal...

Quase um terço do Congresso brasileiro sob suspeita de crimes


Um terço? É d'homem! Convenhamos que por cá somos mais comedidos (até ver).

Perguntar não ofende

Tenho uma dúvida: a Al-Qaeda é uma organização terrorista ou um movimento de luta popular contra o imperialismo norte-americano? Ou é «uma espinha na garganta dos cruzados americanos e franceses»? Já nem pergunto se teve stand na Festa do Avante...

Governo de Unidade Nacional na Palestina?

Isto parece bom demais para ser verdade. O Hamas - que alguns terão dificuldade em qualificar como organização terrorista - cede às pressões da comunidade internacional e aceita formar governo com a Fatah, a tendência moderada do movimento de libertação palestiniano. Só há que louvar esta atitude, que poderá ser um passo importante para a paz no Médio Oriente.

Já agora, não resisto a perguntar: será que o Hamas teve direito a stand na Festa do Avante, ali entalado entre as FARC, o Hezbollah, o Sendero Luminoso e a ETA?

Provocações à parte, viva a paz no Médio Oriente!!!

Gestão das empresas municipais é incapaz

Inaceitável. Merece uma reflexão mais demorada, mas, para já, fica este artigo do Diário Digital.

Protocolo Portugal/Fundação Aga Kahn

É para executar, e depressa. Saber quem coordena é pouco relevante. Temos todos muito a ganhar com isso.

12 setembro 2006

Prós e Contras - Terrorismo

Com a devida vénia ao Blasfémias

O mundo segundo Mário Soares...









11 setembro 2006

Cooperação no seu melhor...


Chegaram a Maputo no dia 1 de Setembro três técnicas estagiárias do IPAD, imagina-se, para reforçar a equipa técnica do Cooperação Portuguesa neste país. Nada de estranho e até muito louvavél este esforço não fosse a Cooperação Portuguesa em Moçambique inexistente!
Recordemos:

As expectativas:

1) Moçambique, a par dos outros quatro Palop's e de Timor-Leste é dos poucos países beneficiários da Cooperação Portuguesa. Não é pecado, cada um dá o que pode e a mais não é obrigado.
2) Portugal é membro desde há um par de anos do denominado G18, isto é, o grupo de 18 paises que anualmente financiam o Orçamento Moçambicano. Um grupo de elite de parceiros de Moçambique em que a presença de Portugal é de indiscutivel valor.
3) De Portugal, como antiga potência colonizadora e com importantes investimentos em Moçambique ( Banca, Cimentos, Hotelaria, Telecomunicações, Energia, Construção Civil) e com uma comunidade que conta com umas centenas de milhar de residentes, com inúmeros interesses, espera-se o melhor, a maior participação, o melhor entendimento, a maior colaboração e sobretudo, a melhor cooperação.
4)Não será demais recordar, que, pelas mesmas razões invocadas anteriormente, a expectativa dos moçambicanos relativamente a Portugal é enorme. A dos moçambicanos e a dos nossos parceiros de cooperação. Afinal, é o telejornal da RTP que se vê nas televisões do Rovuma a Maputo, é em português que se escreve em Moçambique e são os nossos clubes de futebol que fazem a alegria de Macuas, Inhambanes e Macondes.

A realidade:

1) Portugal deveria ter, como em tempos já aconteceu, um Conselheiro, um Adido e um técnico para a Cooperação, junto da Embaixada em Maputo. Três pessoas que são de menos para o trabalho que há a realizar. Ora, o que acontece, é que não temos nem Conselheiro, nem Adido, nem Técnico. Não temos nada!! E não temos ninguém há pelos menos 4 anos!

2) Portugal como membro do G18 é um parceiro nulo. Passamos o cheque todos os anos, qual pai ausente, e pura e simplesmente não nos preocupamos sequer como esse dinheiro é gasto. Escusado será dizer da imagem que os nossos parceiros têm de nós!
São estes parceiros, como a Suécia, Noruega, Espanha, EUA, Itália, entre outros, que acompanham semanalmente as reuniões sectoriais da governação moçambicana. Talvez porque o dinheiro lhes custa a ganhar preocupam-se com a forma como ele é gasto!

3) Portugal deixou de contar seja para o que for em matéria de projectos de cooperação em Moçambique. Perdeu toda a credibilidade junto dos seus parceiros e, mais grave, junto dos moçambicanos, não os do governo, que esses estão sempre prontos para novos cheques, mas junto da sociedade civil.

A falta de vergonha:

1) O Senhor Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Prof. Dr. João Cravinho, acaba de autorizar a nomeação de três técnicas estagiárias ( estagiárias!!!!) do IPAD para reforçar a Cooperação em Maputo.

2) O mesmo governante, que não tem assento junto do G18, apesar de passar o cheque, propôs aos seus parceiros liderar o projecto de requalificação da Ilha de Moçambique, mais, propôs inclusivé que os seus parceiros fossem fazer uma visitinha à ilha ( não fossem eles desconhecer a realidade do país). Creio ser desnecessário esclarecer qual a reacção dos parceiros de cooperação e as considerações dos mesmo ao projecto de "cluster" do governo português.

3) Países como os EUA, a Noruega, a Suécia, a Itália e até mesmo a Espanha, não só têm as suas agências de cooperação no terreno, como contam com o trabalho de dezenas de técnicos e adidos para coordenar, acompanhar e liderar os diferentes projectos. Afinal quem paga são os contribuintes dos seus países.

4) Se o governo português não tem qualquer projecto coerente para a Cooperação com os Palop's então para que se cansa, a eles e a nós, com estes despropósitos??
Fechem as embaixadas e peçam aos cooperantes para regressar a casa.

Conclusão:

1) Tenham juizo!

2) Não façam as pessoas passar vergonhas, nomeadamente os portugueses que estão no terreno.

3) Se não lhes interessa nem têm nada para fazer ou dizer, encerrem o IPAD. Sempre se poupam uns dinheiros.

4) O Prof. bem podia ir fazer qualquer coisa diferente na vida. Porque não volta às salas de aula?
Do fundo do coração lhe digo; já vimos que não tem vocação para isto, desista que nós não ficamos zangados.
Vá para casa, nós prometemos mantê-lo ao corrente das novidades!

A chalaça do Dr. Louçã

O Dr. Louçã, a troco dos 30 segundos diários de telejornal, comparou António Carrapatoso, Belmiro de Azevedo e Paulo Teixeira Pinto a Don Corleone. Motivo: a exemplo do lendário patrão da máfia, também estes empresários fariam aos seus trabalhadores… «propostas irrecusáveis de rescisões voluntárias». Esta chalaça, que sobre ser pesadota e forçada, foi pouco feliz, mereceu decerto o aplauso das hostes bloquistas. Porém, todos nós, os que vivem desobrigados de incensar o Dr. Louçã, temos umas coisitas a dizer.
1º O actual humor bloquista é uma pálida imagem do humor irreverente que era a marca inconfundível do PSR. Lembram-se da “ovelha negra” e do “não lhes dês cavaco”?
2º Na era da globalização, quando a internacionalização e a competitividade das empresas portuguesas estão na ordem do dia, o Dr. Louça vê o mundo empresarial como um conflito entre patrões-mafiosos e suas vítimas.
3º Ou seja, afastada a chalaça, sobra a estafada retórica marxista, que reduz a economia à imutável lógica da luta de classes: empresários e trabalhadores, à semelhança dos actores em uma peça de teatro, desempenham, mecanicamente, os papéis predefinidos de opressores e oprimidos.
4º Já sabíamos que o Dr. Louçã vê o mundo a preto e branco, dividido entre bons e maus, entre os detentores da verdade e os que laboram em erro. E ele, claro está, é dos bons.
5º E vamos ficando a saber que o BE, para além da retórica marxista e das chalaças do Dr. Louça, não tem muito mais para oferecer.

11 de Setembro

Foi há 5 anos, mas nunca nos esqueceremos...





10 setembro 2006

Al Qaeda recruta em média três jovens por mês em Espanha

A rede terrorista Al-Qaeda recruta em média três jovens muçulmanos por mês em Espanha para os enviar para campos de treino, onde se preparam para efectuar a Jihad (guerra santa) no Iraque, escreve este sábado o diário El Periodico.

«Todos os meses, uma média de três jovens muçulmanos nascidos ou criados na Espanha, a maior parte deles na Catalunha (nordeste), deixam o país para realizar ataques suicidas no Iraque ou para serem treinados no Afeganistão, Bangla Desh, Paquistão, Iémen ou Somália», segundo fontes da polícia citadas pelo jornal.
«Em cada ano, o número de mudjahidines espanhóis oscila entre 30 e 40 pessoas», de acordo com o jornal catalão, que precisa que este fenómeno «ocorre igualmente na Itália, na França, na Grã-Bretanha e sobretudo na Bélgica».
Os angariadores, em geral provenientes da França e da Bélgica, abordam os jovens em bairros de forte imigração muçulmana ou na Internet, em fóruns ou sites radicais, explica o diário de Barcelona.
Uma vez nos campos de treino, «ensinam-lhes o Islão mais radical e dão-lhes formação sobre explosivos e organização e financiamento de células» islamistas, acrescentam as fontes da polícia citadas pelo jornal.
«Muito querem juntar-se às fileiras da al-Qaeda mas nem todos desejam suicidar-se, pelo que a organização tem de recrutar cada vez mais gente, para que o fluxo de suicidas não se esgote», ainda segundo as mesmas fontes da polícia.
Os jovens provenientes da Espanha, a quem «faltam formação militar ou experiência de guerrilha urbana», são frequentemente «enviados para ataques suicidas no Iraque, por não poderem ser utilizados para outra coisa», acrescenta o jornal.
Diário Digital / Lusa

08 setembro 2006

Afinal, sempre estiveram lá...

Post de R Oliveira, n'O Insurgente

Palavras para quê?


A propósito das notícias sobre a presença das FARC na Festa do «Avante!»(07.09.2006) - Nota do Gabinete de Imprensa do PCP.

Tendo em conta as notícias vindas a público pela comunicação social e respectivas declarações de entidades diplomáticas e do estado português sobre a presença das FARC na Festa do “Avante!” tona-se público o seguinte:«1 - A exemplo de anos anteriores, participaram na Festa do “Avante!” – a convite do PCP – 43 partidos e organizações progressistas de todo o mundo, transformando-a num importante acontecimento internacional e num grande espaço de solidariedade internacionalista e de luta contra o imperialismo. Facto que, por si só, revela os profundos laços de cooperação e amizade que o PCP mantém com partidos e povos de todo o mundo e que raramente é noticiado pela comunicação social portuguesa como um dos aspectos mais ricos da Festa do “Avante!”2 - Os princípios que norteiam os convites decididos pelo PCP para a Festa do “Avante!” e outras iniciativas, baseiam-se exclusivamente na sua política de relações internacionais e na solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência e luta contra as políticas anti-sociais, antidemocráticas e belicistas das principais potências imperialistas, ou de governos claramente manietados e instrumentalizados por essas potências – como é o caso do governo colombiano. Assim, estiveram em Portugal organizações de países e povos que prosseguem corajosamente processos de luta contra essas políticas como são exemplos o Partido Comunista Libanês, várias organizações palestinianas, nomeadamente a OLP, o Partido Comunista de Cuba, o Partido Comunista da Boémia e Morávia, etc…3 - No quadro dos convites efectuados para a Festa do Avante - de acordo com os princípios enunciados anteriormente - estiveram presentes nesta iniciativa duas organizações provenientes da Colômbia a saber: O Partido Comunista Colombiano e a Revista “Resistência”.4 - O PCP aproveita esta oportunidade para denunciar as tentativas de criminalização da resistência ao grande capital e ao imperialismo e para reiterar a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue, entre outros objectivos, a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra – como organização terrorista.»

07 setembro 2006

América, América

Manda a coerência que, após condenar o branqueamento das FARC pelo PCP (ou CDU), não deixe passar em branco as declarações da administração Bush sobre as prisões da CIA e a prática de tortura.
Antes de avançar mais neste tema, devo confessar-me admirador antigo dos EUA, da sua cultura, da sua história e do imenso papel que tiveram na construção de uma ordem mundial que se reclama (ainda que o não seja sempre) liberal e democrática.
Agora que afastei de mim o labéu de anti-americano, posso afirmar que é inaceitável que um país, seja ele qual for, possa colocar-se acima da justiça e do direito para praticar actos violadores da dignidade da pessoa humana. É inaceitável que os prisioneiros de guerra sejam levados para prisões secretas, longe da vista de todos, e submetidos a tratamentos cruéis, degradantes e deshumanos, em clara violação da Declaração Universal dos Direitos do Homem e das Convenções de Genebra. É inaceitável que um país possa rebaptizar as torturas como "tratamentos alternativos" para, escudado por uma questão terminológica, poder torturar impunemente, como o fizeram, ao longo da História, os déspotas e os regimes absolutos e totalitários.
Os fins não justificam os meios. Aqueles que aspiram a ser referência moral, que pregam o destino manifesto têm, mais que quaisquer outros, o dever de não cruzar a linha que os separa dos fundamentalistas.

Diz-me com quem andas...

O PCP (ou será CDU? nunca sei...) andou de braço dado com as FARC na festa do Avante. Tal perceria tem suscitado o espanto e o vivo repúdio de várias vozes, que iradamente se levantam em protesto.
Não vejo, em bom rigor, causa para tanto espanto. O PCP simpatiza com a causa das FARC? Decerto que sim, pois as FARC pretendem alterar a ordem estabelecida na Colômbia, pela via revolucionária, ao arrepio do processo democrático e impor uma ditadura do proletariado ou algo parecido. Claro que simpatiza! O PCP, contra toda a evidência e todo o decoro, nega o carácter terrorista das FARC, ao arrepio do consenso largamente generalizado na comunidade internacional? Não surpreende: apenas se pauta pela mais pura ortodoxia marxista-leninista, que eleva as FARC à categoria de "organização popular armada que luta por uma mais justa redistribuição de terras"; que remete o Estado colombiano, sem apelo nem agravo, para a categoria das estruturas burguesas que oprimem o proletariado e o campesinato latino-americano, em subserviência aos ditames do imperialismo dos EUA. Porventura isto é menos bizarro do que sugerir que Coreia do Norte possa ser uma democracia?
Mas é aqui que o leitor, homem do século XXI, pouco afeito ao arrazoado comunista e sem perceber o porquê de tanta condescendência, me interrompe, impaciente: «Mas as FARC, por muito louváveis que sejam os seus fins, socorrem-se de métodos terroristas! Sim, sim! Homicídios, extorsão, raptos em larga escala... Mais ainda, financiam-se com um imposto que cobram sobre a produção da coca. E então? Isto é compreensível?»
Pois decerto que sim, caro leitor. Não esqueçamos que o PCP, além de ser virtualmente o único partido no mundo a abraçar o marxismo-leninismo, é certamente o único que não condenou os crimes assacados ao defunto bloco comunista. A saber: a perseguição, tortura e massacre de opositores ao regime soviético, a colectivização forçada, as purgas estalinistas, o massacre de Kattyn, a invasão do Afeganistão pela URSS, a ocupação do Tibete pela China, os goulags e outros campos de concentração, a invasão da Hungria em 1956 e da Checoslováquia em 1958, a repressão da oposição na Polónia, os crimes de Pol Pot, as deportações em massa, os fuzilamentos dos trânsfugas em Berlim Oriental, etc, etc, etc. Perante esta lista de horrores, que o PCP nunca condenou de forma expressa, integral e inquestionável, vai o caro leitor pretender que virem as costas às FARC e não as convidem para a festa do Avante?

PCP cria embaraço diplomático a Sócrates.

in Diário de Notícias

Organização terrorista participou na Festa do Avante!

in Diário Digital

A festa, o PCP e as FARC

A discussão está lançada na blogoesfera! As FARC estiveram presentes na Festa do Avante, e não foi a primeira vez! Vejam aqui a delegação n.º 13 à festa de 1999...
Depois das saudações à ditadura cubana, o convite e a confraternização com este movimento terrorista. Tudo isto numa festa que se diz cultural, de democratas e para democratas. "Uma festa de solidariedade e de esperança" como se pode ler no jornal Avante.
É a hipócrisia vermelha a atingir o seu esplendor maximo...
Na sequência da discussão sobre este assunto, a Gazeta Lusitana também se associa a este movimento dos blogs portugueses.

06 setembro 2006

Faça o teste

O RMG avança, indómito, pela cena política nacional e internacional, lançando-se das alturas dos vôos da CIA para as querelas intestinas das concelhias do PSD, ora fustigando o Ministério das Finanças pelos seus erros e atrasos, ora procurando sondar os imprescrutáveis mistérios da vida autárquica do PCP (ou será CDU?), esse partido com paredes de vidro... fosco.
Por minha parte, tenho-me remetido ao silêncio, enquanto luto por inspiração que me permita acompanhar-lhe o passo. A coisa está para breve. Mas, até lá, proponho aos visitantes do blog que passem por www.politicalcompass.org e façam o teste elaborado pelos autores desse site para determinar o posicionamento político. Esquerda ou direita? Liberal ou autoritário? O resultado "vale o que vale", mas proporciona algumas surpresas. E, na volta do correio, deixem aqui um comentário relatando a experiência.

05 setembro 2006

A palhaçada dos voos da CIA

Na sequência do meu último post, este será um dos temas a abordar brevemente na Gazeta Lusitana...

Outra vez Freitas do Amaral...

Segundo declarações da eurodeputada Ana Gomes, Freitas do Amaral endereçou-lhe uma carta quando ainda era Ministro dos Negócios Estrangeiros dando conta da existência de voos da CIA, transportando prisioneiros de guerra, que passaram por Portugal. Haverá mesmo indícios de voos directos Guantanamo-Portugal.
Acontece que Freitas, em Dezembro do ano passado, esteve no Parlamento para abordar este tema, tendo dito então aos deputados que o Governo português "não tinha qualquer indício de que tenham passado por Portugal quaisquer aviões com as características apontadas pela imprensa".
Não deixe de ser curioso e simultaneamente preocupante este volte face na posição de Freitas. Enquanto Ministro diz uma coisa, e no momento em que vai deixar de o ser, diz o seu contrário?
Este triste episódio revela ainda um enorme desrespeito pela Assembleia da República, e é perante esta que o Governo presta contas!
Freitas escreveu a carta quando ainda era Ministro pelo que se tinha informações diferentes daquelas que deu ao Parlamento, a sua obrigação antes de mais era lá voltar e repôr a verdade dos factos. Que eu saiba, a Assembleia da República não passou uma procuração à Dra. Ana Gomes para a representar neste dossier.
Freitas do Amaral esteve mal. Mas isso também já não é novidade...

04 setembro 2006

Alguém viu o plafond?

Já lá vão 4 dias desde o prazo estipulado pela DGO para os ministérios entregarem os seus projectos de orçamento para 2007, mas até ao momento não houve a habitual comunicação do plafond de despesa por parte do Ministério das Finanças.
Mais um sinal preocupante sobre as finanças públicas...

Mais um adepto

A Gazeta Lusitana tem a partir de hoje mais um comentador residente! Ao DRS aqui ficam desde já as boas vindas...

«Prontas melhoras, camarada»

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, endereçou hoje ao presidente cubano Fidel Castro os votos de «prontas melhoras», num dos momentos mais aplaudidos pelos militantes que assistiram ao comício de encerramento da Festa do Avante!

Aqui está mais uma vez o PCP a mostar a sua veia democrática! Aplauda-se o Camarada Fidel, homem de bem e um democrata exemplar! E o mais extraordinário é que este foi um dos momentos mais aplaudidos na festa!!

Depois do saneamento do autarca de Setúbal, democraticamente eleito, as vivas ao Comandante que ninguém elegeu... Há de facto que reconhecer uma certa coerência no meio disto tudo!

02 setembro 2006

Sinais preocupantes sobre as nossas Finanças Públicas.

O Secretário de Estado do Orçamento assinou ontem (dia 1) um despacho a impedir a Administração Central e os fundos e serviços autónomos de assumirem novos compromissos no âmbito do PIDDAC sem prévia concordância do Ministro das Finanças.
Já são tradição na Administração Pública estes mecanismos para tentar travar a despesa, no entanto eles costumam surgir lá mais para o final do ano, geralmente em Novembro. Uma antecipação destas é um claro sinal de preocupação sobre a saúde das nossas finanças públicas e um evidente indicador das dificuldades que o Governo está a ter em controlar a despesa.
Hoje o corte no PIDDAC, amanhã nos orçamentos de funcionamento, e assim se cumprirá a meta do défice chutando o pagamento das despesas para 2007, por conta do próximo Orçamento do Estado.
E já agora, alguém se lembra do que dizia o PS na oposição sobre truques e expedientes em matéria de Orçamento do Estado??